Apesar da legenda ser machista a mensagem inerente não deixa de estar correcta. Na última década a participação do sexo feminino na vida política mudou radicalmente. Não só aumentou o número de intervenientes como se elevou a responsabilidade dos quadros que ocupam. 2006 foi um ano produtivo para nós. Michelle Bachelet foi eleita em Janeiro Presidente do Chile, Nancy Pelosi Presidente da Câmara dos Representantes nos EUA e Ségolenè Royal como candidata do Partido Socialista às presidenciais francesas. A Europa conta neste momento com 4 mulheres Chefes de Estado: Angela Merkel na Alemanha, Vaira Vike-Freiberga na Letónia, Tarja Halonen na Finlândia e Mary McAleese na Irlanda. São tempos de mudança e o futuro promete mais.
Angela Merkel, 52 anos, tornou-se na primeira mulher e mais jovem chanceler alemã. Apesar de o seu partido(CDU) ter ganho as eleições não alcançou a maioria parlamentar o que a obrigou a tornar-se líder de uma coligação (CDU/SPD). Apesar de não partilharmos visões e muito menos ideais, há que admitir que ela não só se tem aguentado bastante bem como muito do carisma que inicialmente lhe faltava tem sido substituído por uma cuidada gerência do seu país e até de algumas bem aventuradas jornadas diplomáticas. Angela Merkel foi nomeada no mês de Setembro “World’s Most Powerful Woman” e é neste momento a única representante feminina no G8.
Nancy Pelosi, 66anos também estará no meio de homens. Apesar do Congresso Americano ter a mais alta participação feminina desde sempre, o número mágico é ainda de 16%.
Mas nos EUA as coisas não ficam por aqui. As possibilidades de por detrás da secretária da Sala Oval nos próximos anos se encontrar uma mulher são mais altas do que nunca. Com a desilusão dos americanos e obviamente do resto do mundo em relação ao Presidente Bush, se o Congresso, agora maioritariamente democrata, não meter a pata na poça, a alternância de partidos na Casa Branca parece inevitável e com ela a alternância de sexos, uma vez que o provavél candidato democrata será… Hilary Clinton. É verdade. She’s back! Eleita pela segunda vez Senadora do Estado de Nova York, Hilary tem vindo a preparar o terreno há já bastante tempo e a não ser que Al Gore mude de ideias não vejo outro candidato que lhe possa fazer frente.
Ségolène Royal, a minha favorita. Além de ser inteligente, moderna e carismática, luta do meu lado da cerca. Foi eleita candidata à Presidência pelo Partido Socialista e caso os franceses recuperem o bom senso que outrora tiveram será a próxima e primeira inquilina do Palace Élysée.
Se as minhas previsões estiverem correctas teremos nos próximos tempos 3 mulheres a volta da mesa dos G8. Duas a dirigirem a maior democracia do mundo no outro lado do oceano e duas a comandarem as duas maiores fortalezas europeias (uma vez que neste momento o Reino Unido é uma barata tonta entre um atlantismo conservador e um europeísmo trabalhista).
Assim, aqui estamos. Foram precisos séculos e séculos mas a oportunidade chegou. Cabe a nós não a desperdiçarmos…