Se o malato nao vai a meca entao vai meca a malato
Caro Malato,
Como já dizia o meu estimado Miguel Esteves Cardoso, para aliviar a multiesquizofrenia onomástica em que vivemos, seria boa ideia simplificarmos a primeira linha das cartas que escrevemos. Como tal, e para não entrar em pleonasmos aberrantes de discurso vou directa ao assunto.
Conheci-o numa noite de sábado naquela que é a meu ver a discoteca mais deliciosamente estéril do porto, o via rápida. Digo estéril porque cabeleireiras e secretarias não fazem de todo o meu género, por muito que lhes tenha o devido respeito como seres humanos. Contudo, a boémia diletante de sábado à noite para lá me encaminhou e perfeitamente incrédula e alcoolizada, tive a derradeira oportunidade de satisfazer parte do meu alter-ego freudiano e trocar algumas palavras consigo.
Certamente não se recorda, fui provavelmente mais uma fã estérica que importunou os seus passos de dança e que imbecilmente se sentiu condecorada pela simpatia de um ridículo brinde de vodkas, já meio atropelado pela multidão. No entanto, o meu propósito não era arrancar os tais dois beijinhos que o português tanto gosta, mas sim dizer-lhe que também gosto de poesia e que, por gostar genuinamente de si ou da personagem televisiva que representa, seria enaltecedor para o meu narcisismo literário mostrar-lhe o que escrevo e mais interessante que isso, que viesse efectivamente a gostar.
E como sou uma ingénua militante do movimento barroco-pagão do destino, e porque acredito que a teoria do caos tem mesmo destas coisas, agradeço-lhe desde já o endereço de mail que tão gentilmente me cedeu e sem o qual seria impossível este intercambio cultural, agora sóbrio ;)
Palavras à parte, apresento-me uma vez mais. Chamo-me Catarina, tenho 21 anos, estudo filosofia, e publiquei este ano um livro chamado pijama de deus. Contudo não é só o aborto humano que está na moda, pois acredito que ele estará algures entre o semi-asfixiamento nas prateleiras da Almedina ou parcialmente afogado numa viagem oniríca em jangadas do além.
De qualquer forma, face ao protagonismo merecido de senhoras como carolina salgado, que transformam a revista Maria no topo mais alto da cultura literária portuguesa, penso que só me poderei confrontar com as evidências de que nunca serei rica. No entanto, não é o dinheiro que me move ou me faz escrever, daí não ver as coisas num prisma demasiado apocalíptico.
É com alguma curiosidade especulativa que aguardo a sua resposta, confesso.
Obrigada pelo tempo dispensado, mando em anexo alguma da minha contra literatura para ler quando tiver insónias.
Um bem-haja
Catarina Abranches de Soveral
Ps. - Desculpe o titulo mas tinha de ser algo que lhe chamasse a atenção, pois caso contrario provavelmente pensaria que fosse vírus. E também porque sei que tem sentido de humor :)
agora esperemos k ele responda senao deixo de ver o um contra todos.
Como já dizia o meu estimado Miguel Esteves Cardoso, para aliviar a multiesquizofrenia onomástica em que vivemos, seria boa ideia simplificarmos a primeira linha das cartas que escrevemos. Como tal, e para não entrar em pleonasmos aberrantes de discurso vou directa ao assunto.
Conheci-o numa noite de sábado naquela que é a meu ver a discoteca mais deliciosamente estéril do porto, o via rápida. Digo estéril porque cabeleireiras e secretarias não fazem de todo o meu género, por muito que lhes tenha o devido respeito como seres humanos. Contudo, a boémia diletante de sábado à noite para lá me encaminhou e perfeitamente incrédula e alcoolizada, tive a derradeira oportunidade de satisfazer parte do meu alter-ego freudiano e trocar algumas palavras consigo.
Certamente não se recorda, fui provavelmente mais uma fã estérica que importunou os seus passos de dança e que imbecilmente se sentiu condecorada pela simpatia de um ridículo brinde de vodkas, já meio atropelado pela multidão. No entanto, o meu propósito não era arrancar os tais dois beijinhos que o português tanto gosta, mas sim dizer-lhe que também gosto de poesia e que, por gostar genuinamente de si ou da personagem televisiva que representa, seria enaltecedor para o meu narcisismo literário mostrar-lhe o que escrevo e mais interessante que isso, que viesse efectivamente a gostar.
E como sou uma ingénua militante do movimento barroco-pagão do destino, e porque acredito que a teoria do caos tem mesmo destas coisas, agradeço-lhe desde já o endereço de mail que tão gentilmente me cedeu e sem o qual seria impossível este intercambio cultural, agora sóbrio ;)
Palavras à parte, apresento-me uma vez mais. Chamo-me Catarina, tenho 21 anos, estudo filosofia, e publiquei este ano um livro chamado pijama de deus. Contudo não é só o aborto humano que está na moda, pois acredito que ele estará algures entre o semi-asfixiamento nas prateleiras da Almedina ou parcialmente afogado numa viagem oniríca em jangadas do além.
De qualquer forma, face ao protagonismo merecido de senhoras como carolina salgado, que transformam a revista Maria no topo mais alto da cultura literária portuguesa, penso que só me poderei confrontar com as evidências de que nunca serei rica. No entanto, não é o dinheiro que me move ou me faz escrever, daí não ver as coisas num prisma demasiado apocalíptico.
É com alguma curiosidade especulativa que aguardo a sua resposta, confesso.
Obrigada pelo tempo dispensado, mando em anexo alguma da minha contra literatura para ler quando tiver insónias.
Um bem-haja
Catarina Abranches de Soveral
Ps. - Desculpe o titulo mas tinha de ser algo que lhe chamasse a atenção, pois caso contrario provavelmente pensaria que fosse vírus. E também porque sei que tem sentido de humor :)
agora esperemos k ele responda senao deixo de ver o um contra todos.
6 Comments:
Depois de tudo isto acho que o único comentário possivel é:
Tu foste ao Via Rápida????!
indeed. dont ask me why and how :)
tradução:
Caro Malato,
Eu até conheço Miguel Esteves Cardoso, e gosto de me contradizer.
Conhecemo-nos num sábado no Via Rápida, lembraste? Tinha muitas secretárias e cabeleireiras por lá, e eu já tava podre de bêbada, e por isso é que falei consigo.
Provavelmente nem se lembra de mim, mas não sou apenas mais uma. Nah, sou apenas mais um wannabe intelectual que gosta de pensar que tem algo a ver consigo. Ah, e gosto de fazer publicidade ao meu livro.
Obrigada pelo endereço de e-mail, e por me dar esta oportunidade de vomitar as palavras que encontrei ontem no dicionário, num momento mais sóbrio.
Contradizendo-me novamente, blá blá blá, não é só o aborto que está na moda, mas dizer mal de tudo o resto também é. Não desfazendo, mas eu até sou boa a escrever e gostava de vender.
Obrigada por ler, espero que responda, e em anexo mando-lhe algumas coisas minhas.
Um bem-haja,
---
PS - Peço desculpa, mas estou desesperada por atenção.
Quando eu pensava que já não se faziam comentários a blogs tão geniais como os meus, aparece-me este camarada distinto!
Mas hey, porque dar valor a falta de poda?
Nem a relva pede tanta atenção, Foda-se.
nao poderia estar mais de acordo.
completa falta de poda ou até mesmo uma fada que acha que nos fode.
(uma pequena aliteração em f para elevar o humor desta fantochada)
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