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Hoje li toda a tua correspondência. Todos aquelas cartas que queria ter sido eu a escrever.
apenas me posso projectar em sentimentos análogos que também foram um dia
Meus. nossos.
Julguei-te morta. Assustei-me com os mais de quinhentos mails não lidos. Sustive a respiração num cálice de pedra gelado até procurar respostas.
Foi suficiente.
Lavou-me a alma em lexivia destilada. Daquela que arde se engolida em demasia, mas que serve, dilata e cura.
Choro agora essa cura. As suas marcas ramificadas de um avultar sôfrego de memórias.
Gritam-me por dentro as palavras.
Não as consigo celebrar com talento por serem tão cruelmente puras. Sinto-me um espécime neandertal desfeito em emoções retardadas. Esse empilhar ingrato do tempo que nunca morre.
Estou perante uma honestidade de sentimentos que odeio. Não me deixam rodopiar livremente as palavras. Prendem-me em
verdade. Como é ridícula às vezes também esta palavra. Verdade de quê
e a culpa. A puta da culpa que nunca me deixa em paz. Puta que pariu a culpa e os seus eternos culpados.
penetro em sentimentos que já não quero nem desejo em mim. pesam-me enormemente nas pálpebras do sonho desnudado
Sinto-me a morrer num incessante morrer de tempo se os escrevo.
Não me dão prazer, não me divertem. São sentimentos de culpa.
Parte-me o silêncio como se não fosse um erro. Renuncia a essa paz conspurcada de aparências. Podes dar-me a mão que eu agarro. Agarro-a com a culpa e verdade dos dias de ontem.
23/06/07
apenas me posso projectar em sentimentos análogos que também foram um dia
Meus. nossos.
Julguei-te morta. Assustei-me com os mais de quinhentos mails não lidos. Sustive a respiração num cálice de pedra gelado até procurar respostas.
Foi suficiente.
Lavou-me a alma em lexivia destilada. Daquela que arde se engolida em demasia, mas que serve, dilata e cura.
Choro agora essa cura. As suas marcas ramificadas de um avultar sôfrego de memórias.
Gritam-me por dentro as palavras.
Não as consigo celebrar com talento por serem tão cruelmente puras. Sinto-me um espécime neandertal desfeito em emoções retardadas. Esse empilhar ingrato do tempo que nunca morre.
Estou perante uma honestidade de sentimentos que odeio. Não me deixam rodopiar livremente as palavras. Prendem-me em
verdade. Como é ridícula às vezes também esta palavra. Verdade de quê
e a culpa. A puta da culpa que nunca me deixa em paz. Puta que pariu a culpa e os seus eternos culpados.
penetro em sentimentos que já não quero nem desejo em mim. pesam-me enormemente nas pálpebras do sonho desnudado
Sinto-me a morrer num incessante morrer de tempo se os escrevo.
Não me dão prazer, não me divertem. São sentimentos de culpa.
Parte-me o silêncio como se não fosse um erro. Renuncia a essa paz conspurcada de aparências. Podes dar-me a mão que eu agarro. Agarro-a com a culpa e verdade dos dias de ontem.
23/06/07
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