Saturday, June 23, 2007

Ciclo Menstrual do Entendimento


Ai que me dói o comichão
Neste suicidar feliz de higiene
Entre problemas capilares e falsa circuncisão
Vejo que se me acabou o Pantene!!!....

Hahahahaha

É o vírus
É o vírus do anonimato
Que se insurge contra o mundo!
É o vírus, o vírus da pedra do sapato
Quando sou feliz e poeta vagabundo

É o síndrome das escolhas controversas
De neuroses sem cerimónia pessoal
Um hábito que esquece a caridade das conversas
Num Funéreo Desnudado Carnaval…

Hahahahaha

E um piiiiiolho saltitante
Banhado na alienação do meu couro cabeludo
Há um cavalgar vermelho doce e triunfante
Neste Conteúdo Epistémico Absurdo!...

Siiiim um micróbio principiante
Num cio errante de artérias
Fuma o ópio do leproso ignorante
De embriagadas e singelas bactérias….

E o piolho salta, afoga-se e ri
Num gracejar escarninho de afecto
Qual porco-bravo javardo ou javali
É o Piolho Bastardo que me escreve o soneto!!!!

Hahahahaha

Estes bichinhos do mato
Que me crescem ao desbarato
Como um cogumelo num prato
Ou num poiético desmazelo.
Estes parasitas que me divertem o cabelo
E me prendem o sapato
Num pesadelo mental
Num patético Boato!

Segue-se o insulto à pedrada
Numa enredo confuso com a Ralé.
É porém perdoável a calinada
São delírios anais e mais nada
talvez a Cabala ou preguiça de um bidé…

Hahahahaha e o expurgar e despoluir dos corpos
Num saneamento por demais idiota dos congressos
Fala a serpente que me corrompe de perversos versos
Nesta água Quente que me Suja e dilata os Poros!!!.....

E há um consumar Idiota de naftalinas e abortos
Nesta vontade de desconcertar a rotina dos sãos
São as minhas Garras sucumbidas à Ira do meu corpo
Neste descabelar impaciente de chãos…

E eu descabelo-me de ideias,
Eu descabelo-me de Mãos…

No Ciclo Menstrual do Entendimento
Há uma doutrina bisonha entre Higiene e Talento
Veio o feto que traz a cegonha
Num dia a dia sem vergonha
E com escassez de fundamento

Pois é da seiva que me alimento
num suicídio corpóreo e em Libertação
Meras tábuas raras do entendimento
Quando jaz vadio o poeta
No clerasil absíntico da razão.


Catarina Abranches de Soveral

1 Comments:

Blogger culpa in abstracto said...

que fique claro que apesar do conteudo da minha poesia ser por vezes um pc estranho, eu usufruo convictamente desse hábito ocidental que é tomar banho.

hermeneutica, espera-se pelo uivar da sua cadelice, principalmente neste post.

10:13 PM  

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