Friday, November 30, 2007

obrigatório



...porque existe uma diferença entre bom cinema e Obras de Arte!

Wednesday, November 28, 2007

Act like a local in Antwerp .be

* Always refer to Antwerp as "the city"€ ('˜t stad) because to Antwerpians, it'€™s obvious that their city is the centre of the world

* Never feed pigeons. It makes you look very stupid and if a supervisor catch you, it will cost you between 50€ and 250€

* Young locals never buy or eat "€œAntwerp hands" (cookies or chocolate in the shape of a hand). Only tourists or crazy people pay a lot of money for chocolate. Just go to a supermarket and stuff yourself with any kind you want. Favourits are Côte d'€™Or and Jacques.

* Always talk very loud and have an opinion on everything. In Antwerp this is considered normal, in the rest of Belgium it is considered very annoying

* Grow a moustache! Antwerpians have a thing about it. There'€™s lots of moustache clubs. The wifes and girlfriends of the members automatically become a member too, even if they don'€™t have a hairy lip

* Bad news for the Japanese: taking pictures of yourself in front of a statue is considered abnormal.  

             

Friday, November 23, 2007

Aniversário

Engraçado este estigma mundano do aniversariante…o progresso concomitante dos dias traduzido nesse tão grande dia mais importante que tudo o resto. A repetição funesta da mesmidade do mesmo que já não é mesmo, passa a ser outro por uma burocracia de calendário.

Distribui-se a alarvidade dos presentes, surge a imposição escabrosa do riso e a palavra parabéns soa neste caso como um arreduto simples de mera enunciação causal sem fazer jus à semântica por ela mesma enunciada.

Isso e os trinta e sete telefonemas estereotipados que recebo todos os anos.
A tal desavença fortuita da festa que só me faz cobiçar essa despreocupação simplista daqueles que vivem este dia de uma forma excessivamente ingénua.

Que não sentem o peso incomensuravelmente leve do abandono, do recomeço. Que não se sentem enormemente comprometidos perante esta trágica celebração da sua própria existência. A mais pura conspiração do universo para que um nada que se revolva, se faça explodir numa soberania de identidade e presença.

O prazer e o privilégio de cada momento que brota e desaparece no emaranhar inacabado dos dias… Engraçado toda esta tragicidade inerente ao nosso aniversário, a fragilidade com que se corta o bolo, a mortalidade das velas que se apagam, acendem e apagam…

Pode parecer estranho mas penso sempre na morte quando me cantam os parabéns.
E posso garantir que todas as velas são evidentes por si mesmas.


Finalmente a heresia dos 22.
Não podia estar mais feliz.

As cadelas também choram

porque a amizade é possivelmente a arma mais pura da espécie canina.

c´est pour vous.

Saturday, November 10, 2007

1 ano



Monday, November 05, 2007

Big Brothers are watching us

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Sunday, November 04, 2007

Recordações: conversando com...

Aqui está uma entrevista que fiz ,a propósito de um trabalho para a cadeira de jornalismo no 4 ano da Universidade. Achei que tinha alguma graça publicar no nosso blog. Penso que é a primeira vez que a estás a ler... ;P
Peço que não liguem à formatação do texto mas ao passar para o blog ficou assim.


Catarina Soveral um nome a fixar na nova geração de poetas portugueses



Catarina Soveral tem apenas 20 anos mas tem já um livro editado. “Pijama de Deus” é um novo livro que nos leva a uma poesia de sarcasmos e contrastes . Há quem diga que é uma escrita bastante pesada, mas ao percorrer as páginas do livro, podemos encontrar também as mais puras palavras de alguém que é ainda muito jovem.






MJ: Porquê a escolha do título” Pijama de Deus”?
Catarina Soveral (CS): Em primeiro lugar este título surgiu há algum tempo. É uma metáfora em relação à nudez. Como é o meu primeiro livro sinto que me despi e me expus pela primeira vez. Depois, pelo sentido mais caricato de Deus. Usamos o pijama para dormir, é algo simples, imperfeito. O meu livro é puro, e é também por isso imperfeito.

MJ: Deus é um elemento importante na escrita da Catarina?
CS: Acredito em Deus. Não sou católica mas acredito numa entidade superior. Sinto que é Deus que me transmite as ideias. Está sempre no meu inconsciente. A vida é Deus


MJ: Como surgiu o livro?
CS: Este livro é uma compilação de toda a minha adolescência não foi um livro pensado.
Participei num concurso da editora corpos. Surgiu a oportunidade de publicar o livro e eu escolhi os que tinha mais interessantes. É um resumo toda a minha adolescência dos 12 aos 21 anos..


MJ: Poeta ou Poetisa?
CS: Poeta porque para mim esta palavra não tem género.
MJ: Considera-se uma poeta?
CS: Sim. Há os que nascem poetas e as que gostam de se considerar poetas. Sempre gostei de escrever e sempre fiz poesia. É uma forma de estar. Ou és ou não és. É sentir aquilo que se escreve.



MJ: Tem poemas em Inglês. Isso deve-se ao facto de ter vivido durante um ano em Inglaterra ou foi mais uma forma que encontrou para se reinventar na escrita?
CS: Sou apaixonada pela língua portuguesa e como é muito difícil é um desafio maior. O Inglês surge porque estudei em Inglaterra e senti a necessidade de mostrar aos que viviam lá a minha poesia. Foi uma experiência. Foi uma língua mais fácil de trabalhar o que tem alguma graça por não ser a minha língua materna. Mas tenciono sobretudo escrever em Português. Foi mais uma forma de experimentar algo novo. O meu “eu” poético e o meu eu pessoal são indissociáveis, por isso tive a necessidade de mostrar às pessoas mais próximas de Inglaterra a minha poesia e por isso fiz alguns poemas em inglês.



MJ: Dedica o livro ao seu avô. De que forma é que ele a marcou a nível literário?
CS: O meu avô era muito carismático. Era um professor de Filosofia, um filósofo contemporâneo português. Eu nunca li nada dele e agora que estou a frequentar o curso de Filosofia irei fazê-lo porque me sinto mais preparada.
Mas foi sobretudo pelo carisma e humildade que me transmitiu. Nunca foi apologista do luxo mas deu sempre valor aos bens essenciais que nos fazem feliz. Foi um homem que acima de tudo acreditava na ética e era um sábio.


MJ: Qual é dos poemas, que estão no livro, que gosta mais?
CS: É complicado. É difícil escolher um…vou ter de pegar no livro (risos).
Toda a gente escolhe poemas diferentes. Talvez o que está na contra capa do livro “ satirizo-me no ridículo da minha poesia”.

MJ: Quais são os projectos da Catarina neste momento?
CS: Frequento o curso de filosofia e estou a escrever um guião para uma curta-metragem num registo um pouco autobiográfico mas dotado de extrema ficção. É um desafio e estou muito motivada e confiante.
Gostava voltar a Inglaterra e terminar o curso de jornalismo que deixei para trás, e gostava de fazer vários tipos de jornalismo e continuar a escrever, claro.


MJ: A poesia é o género de escrita que gosta mais e onde se sente mais à vontade?
CS: Sou ambiciosa e gostava de explorar a escrita também fora da poesia. Prosa poética, crónicas, escrever para peças de teatro, cinema e romances.

MJ: Tem alguma referência? Alguém que a inspire a escrever?
CS: Nunca me guiei por ninguém. Sou autodidacta. Neste livro lembrei-me muito de bateristas de bandas e de vocalistas como o dos Nirvana. Sempre me identifiquei com Fernando Pessoa e gosto muito de Al Berto, Natália Correia…o surrealismo da poesia.

MJ: E o que pensa do estado da poesia em Portugal?
CS: Somos tradicionalmente um país de poetas e é pena o Governo não apoiar mais, que não haja tanto dinamismo de forma a estimular a escrita. Há muita gente a escrever bem. A arte só faz sentido se for partilhada.
Sou muito egocêntrica. É inevitável não escrever sobre mim. A escrita começou por ser um desabafo.
Reconheço que a minha poesia se torna limitada por isso.


MJ: Morte às regras é uma das frases de um dos seus poemas… gostas de fugir às regras? E isso reflecte-se de que forma na poesia da Catarina?

CS: A minha escrita é hiperbólica porque a minha escrita é uma forma de despejar as minhas emoções em palavras. Posso planear um homicídio e fazê-lo através das palavras sem ser condenada por isso, e daí que leve tudo ao exagero. Há uma explosão no papel daquilo que não posso fazer na vida real.
Sempre fui muito rebelde… Como diz um dos meus poemas: nunca gostei de ser uma ovelha de ser uma ovelha que diz mé ao lobo que os outros julgam ser demasiado mau.


MJ: Sei que o desenho que está na capa do livro foi feito pela Catarina. Foi especialmente feito a pensar neste livro?
CS: Sempre gostei muito de arte e um dia tinha um exame da escola e comecei a desenhar. Este foi o meu primeiro desenho. Até agora nunca fiz mais nenhum. Sempre achei que estava de acordo com aquilo que escrevo.


MJ: Como convencia alguém a comprar o livro?
CS: É um livro introspectivo, é forte e para pessoas que não tenham medo de desterrar as coisas que tenham dentro delas. É sobretudo para quem gosta de poesia. É pós surrealista. Tem temas fortes e de alguém, perturbações mentais a nível poético.
É importante deixar a literatura “big brother” e ser um pouco mais ambiciosas. Ir mais além.


“Um poeta quer-se vagabundo e deambula voluntariamente na ambiguidade do seu destino
Um poeta quer-se vagabundo e faz-se homem para ser peregrino”

in Pijama de Deus

Saturday, November 03, 2007

O Partido Comodista Português


Sinto-me semanalmente mais perplexa. O desempenho ridículo de alguns ministros deste governo, fazem-me perguntar sobre o porquê das suas nomeações e já agora pela respectiva vocação profissional.


É que já nem é a legitimidade das ideologias que está em causa. Trata-se apenas da falta de seriedade e sejemos realistas, de competência com que desempenham as suas funções.

Para quem se interessa pela estupidez alheia, ou melhor pelo porquê dos genes indiscutivelmente antropicos dos becos parlamentares, deixo aqui um excerto de uma cronica escrita há mais de 20 anos por um dos mais brilhantes escritores portugueses, e que permanece fatídica e surpreendentemente actual. Só resta saber se este tipo de sufrágio apatetado durará para sempre... seria de facto cómico se não fosse trágico.


(...)


O maior partido político português é o partido comodista português. O partido comodista português tem duas grandes facções: A direita almoçadora e a esquerda gorda. Tanto a direita almoçadora como a esquerda gorda têm características comuns. A primeira não é de direita da mesma maneira que a segunda não é de esquerda. Ou seja: nem uma nem outra têm quaisquer convicções. A isto chamam, enquanto almoçam, não serem dogmáticos. Ou seja, estao-se nas tintas. A isto chamam, enquanto pedem um whisky em balão, serem pragmáticos.
A direita almoçadora é constituída por meninos e meninas muito irritantes que trabalham imenso e querem imenso reformar-se aos 35 anos. Têm imenso dinheiro e só nao têm imensas ideias. Aqui entra a esquerda gordinha, num colchão de espuma vinda das distantes tempestades do marxismo. A esquerda gordinha dá à costa, repimpa-se, instala-se e, durante o almoço, dá imensas ideias. O bancário da direita almoçadora joga perfeitamente com o imaginário da esquerda gorda.

A direita convidante convida a esquerda encantada a vir almoçar para falar. E a esquerda encantada, porque também sabe ser aceitante, aceita.
A direita do dinheirinho é ignorante e pensa que a esquerda lhe vai transmitir cultura. Aliás, uma das provas da ignorancia da direita financiante é julgar que a esquerda jantante é culta.

O partido comodista portugês é assim constituido pela esquerda que preferia ser direita e pela direita que preferia ser esquerda, porque nem uma nem outra sao nada. É o situacionism pós-moderno, adequado a uma época em que dinheiro e cultura tendem a assimilar-se e mastigar-se; isto é, o dinheiro dos que nem sequer sabem ser ricos, e a cultura dos aldrabões que nem sequer sabem ser bons.

O partido comodista português, feito de acomodações e adaptações, do deixa lá e do deixa andar, é o contrário da política que deveria ser conflito, diferença, disputa clara de opiniões.
Os comodistas gostam de se apresentar como se estivessem acima de tudo. E estao. São, acima de tudo, poltrões, com os rabos gordos sentados em cima de tudo, abafando o formigueiro da vida.

in Os meus problemas
Miguel Esteves Cardoso